segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Outono em Nova York - Autor Ruy da Penha Lôbo


        Um dia andando pelo central parque olhando as folhas secas caírem no chão relembrei da minha cidade Guaratinga , aqui é tão diferente , as pessoas não se importam umas com as outras , os vizinhos não se conhecem. 
         Revela assim o maior frenesi que existe em uma cidade grande como está feita de arquitetura  e arranha-céus,  e bela em  reflexões  humanas   , em Guaratinga tínhamos uma verdadeira irmandade, minha mãe Dona Carlota ajudava a todos que precisassem, tanto na parte material como espiritual.
         Perto de nossa casa tinha o senhor Roberto que era farmacêutico e tratava as pessoas com ervas medicinais, por isso certa vez apareceu um menino muito doente e não havia ninguém que o curasse ele se chamava Deodoro, sua mãe Margarida, vendo tanto sofrimento levou ao senhor Roberto que o examinou e passou o remédio que curou suas tosses e calafrios, sendo atendido na sua casa, pois a mulher não tinha condições morava em outro lugar.
        O senhor Roberto com sua esposa Patrícia acolheu com dedicação a mulher e a criança em sua casa até que o menino ficasse bom , quando melhorou perguntou ao senhor Roberto , quanto era e ele disse que não era nada pois Deus tinha dado o dom de curar as pessoas.
         Todos esses fatos passaram pela minha cabeça dos anos alegres que vivi , minha  família era formada por cinco irmãos André, Fabio, Rosalva,Catarina  e eu Rafael Meneroni que era o mais velho , José Raimundo meu pai era muito caridoso , ajudava a todas as pessoas que necessitavam da sua ajuda , mesmo tendo poucas condições , sempre que alguém não tinha dinheiro emprestava o pouco que tinha .
        A cidade de Guaratinga onde vivia era muito harmoniosa, as moças passeavam umas com as outras e encontravam com os rapazes na praça do chafariz para namorar, tudo era muito alegre.
         As pessoas não viviam na agitação que se tem hoje existia um ar provinciano na cidade, onde todos se conheciam e procuravam se ajudar, aos domingos era a maior alegria ir as missas do padre Carlos, minha mãe levantava bem cedo, preparava o café, fazia os biscoitos e nos acordava dizendo que estava na hora da missa , levantávamos correndo , tomávamos café, comíamos biscoitos e juntamente com meu pai e minha mãe e meus irmãos íamos para missa.
        Essas lembranças vieram a minha cabeça, lembrando de tudo, sentado na praça, desejei tudo aquilo, mas infelizmente uma moça me acordou e tive a clara consciência que isso era passado, meus pais não existem mais, meus irmãos moram longe não me procuram, hoje aos sessenta anos vivo na mais pura solidão, sou catedrático da universidade de Nova Jersey, no entanto todo esse titulo não me basta pois terei sempre em meu coração a Guaratinga da minha infância dos momentos bons de emoção , onde a alegria era fiel companheira de momentos que vou ter guardados  pela vida inteira..     

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