segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Mundo solitário - Autor Ruy da Penha Lôbo

I

NA SOLIDÂO DO MUNDO VEMOS COISAS EQUIVOCADAS, GENTE PASSANDO FOME E TANTA TECNOLOGIA DESENFREADA.


II

A TECNOLOGIA QUE FAZ COM QUE NÓS ACHEMOS QUE SOMOS IMORTAIS PARA
QUE TANTA TECNOLOGIA SE O MUNDO TÊM TANTA FOME DE PAZ?

III

PAZ QUE DEVE SER CONQUISTADA ATRAVÉS DA CONCILIAÇÂO, FAZENDO COM QUE HAJA UM MUNDO MAIS IRMÃO.

IV

IRMANDADE NO RESPEITO MÚTUO RESPEITANDO AS DIFERENÇAS, ETNICAS, RELIGIOSAS, SOCIAIS, CONSTRUINDO UMA SOCIEDADE TRANSFORMADORA PARA QUE A TECNOLOGIA SEJA UMA FORÇA EDIFICADORA.


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Memórias do Rio de Janeiro - Autor Ruy da Penha Lôbo

     Era agosto de 1894 , trabalhava bastante para o  Senhor Teodorico  , um sapateiro muito conhecido na orla de Copacabana  , eu, Jeremias Antônio ajudava em todas as etapas de trabalho, desde a costura dos sapatos até a entrega em domicilio que eram pessoas conceituadas entre outros, ministros do Presidente Prudente de Morais .
      Em uma dessas entregas, conheci uma moça muito delicada e linda que se chamava Anabela moça simples que não ostentava orgulho e sim muita simplicidade, quando avistou-me chamou-me e mandou que eu entrasse para conhecer a sua casa.
      Ao entrar me deparei com tamanho requinte, lustres refinados provenientes da Itália com pompa e circunstância , moveis bem adornados, enquanto conversavamos chega seu pai o Ministro da Economia Hermano Cãndido que ao me ver-me cumprimentou e depois lhe entreguei os sapatos que havia pedido para consertar, o mesmo  pagou o que devia e fui embora para sapataria , no entanto o que não saia da minha lembrança era o rosto angelical de Anabela, cabelos loiros , olhos azuis uma beleza sem igual, como as mais belas flores do jardim, além da sua simplicidade que não parecia ser filha de um ministro, sendo gentil em seu modo de agir.
   Cheguei entreguei o dinheiro ao senhor Teodorico que na época era trinta contos de réis e fui terminar de consertar alguns sapatos para serem levados a seus clientes que também que gostavam do estilo seu Teodorico não somente consertava, mais produzia sapatos com requinte tendo uma loja de sapatos no Catete. Depois do trabalho fui para o ponto esperar o bonde para ir para casa .
      Enquanto ficava esperando o bonde conversava com algumas pessoas como o senhor Constatin um militar falávamos sobre o governo de Prudente de Morais e de dona Esmeralda, dizendo com voz  de raiva, que a mulher precisava ter mais  espaço na sociedade ou seja trabalhar, e que era um absurdo também elas não poderem votar. Nesse momento concordei pois achava uma insensatez elas não poderem participar do processo de escolha do presidente .     
       O bonde demorou um pouco mas não notei pois a conversa era muito agradável. Ao chegar sentei e fui conversar com meus amigos Eleutério e Jacinto sobre a ida a casa a moça e também em relação a sua simplicidade .
         Quando chego em casa no bairro da Tijuca que na época tinha apenas quinze casas encontrei com minha mãe Gertrudes , abraçou alegre e perguntou como tinha sido o meu dia de trabalho disse que havia ocorrido tudo bem.   
            Nesse instante o jantar estava quase pronto chega meu pai seu Everaldo alegre com alguns pasteis, que havia comprado em uma banca perto de casa , ao começar o jantar que era uma delicia! Lombinho de porco , paçoca e agora os pasteis tornariam aquele jantar um banquete inesquecível, que ficaria na minha memória .
            Meus pais eram pessoas simples minha mãe era dona de casa , meu pai era telegrafo na central do Brasil e eu os ajudava trabalhando para o senhor Teodorico na sapataria. Era uma vida difícil porém éramos felizes na singeleza das coisas , que bons tempos!, onde as pessoas eram cordiais umas com as outras onde a amizade era verdadeira , em que as pessoas se respeitavam .
            Nessa época tudo era muito bom quando chegava o sábado seu Teodorico fechava mais cedo a sapataria e ao chegar em casa  vestia o melhor terno que tinha , depois pegava meu chapéu e a minha bengala  e ia me juntar aos meus amigos Eleutério e Jacinto . Saíamos de casa e íamos para a praça que ficava perto de casa onde todas as moças do bairro e adjacências iam para passear . Um dia andando na praça encontrei com Anabela conversamos e perguntei a ela  : - o que faz  por aqui uma filha do ministro ?
E ela disse :
 - estou aqui na casa de uma amiga que se chama Catarina.  
 Conversamos um pouco e fomos para o outro lado da praça pois queria muito dizer tudo que sentia  a ela que então tomei coragem e falei :
      - desde aquele dia que a vi não te esqueço , estou gostando de você , sei que não tenho chances , mas eu preciso te dizer isso.
    Então Anabela disse :
      - Jeremias foi bom você ter dito isto pois eu também não consigo te esquecer , acho que também estou gostando de você .
      Quando terminou de dizer isso disse que gostaria muito de fazer a corte e ela disse que aceitaria , beijamos e a fui conduzir até a sua casa . Ao adentrar a casa do seu pai veio o mordomo Venerando , com voz alta disse para Anabela entrar logo para dentro e não ficar junto com estranhos e  , que seu pai estava nervoso .
       Nesse instante seu pai desce as escadas e pergunta o que estava acontecendo entre ela e eu , disse a ele que estava ali para pedir para fazer a corte para Anabela . Com muita raiva disse:
                     - Eu não quero saber disso , você é uma moça bem educada Anabela estudou nos melhores colégios da Europa , ficar dando atenção a este rapaz pobre , eu tenho outro futuro para você , o filho do ministro da Saúde Sanitária .
      Quando disse isso respondi ao ministro :
                  - Posso não ter dinheiro , luxo , ostentação , mas tenho uma coisa que meus pais deixaram dignidade e honestidade, fique com sua filha , que eu fico com minha honra .
        Depois disse a Anabela :
               - Anabela não podemos ficar juntos somos de mundos diferentes , não daríamos certo.     
        Passados alguns anos desse episódio mas precisamente em 1910 no governo de Nilo Peçanha, estava concluindo o curso de Economia pela Universidade Bueno Jardim. Era um dos mais aplicados, sendo indicado para trabalhar com o ministro Badaró Fernandes . Vendo a minha determinação , subiu de cargo estava agora como supervisor econômico uma espécie de orientador das políticas do estado .
        Nesse momento começava a ganhar bem , tanto que havia comprado casas para mim e também para meus pais e um sitio em Petrópolis onde passava os fins de semana descansando do trabalho exaustivo de todos os dias.
        No decorrer do governo de Nilo Peçanha o ministro Badaró Fernandes se viu obrigado a deixar o cargo por problemas particulares e indicou meu nome para sucede-lo , dizendo ao Presidente Nilo Peçanha que eu era pessoa certa para ocupar o cargo. 
        Estava trabalhando quando chega seu Atanásio e diz:
              - Jeremias o Presidente quer falar com você ! 
          Nesse instante pensei o que será ? quando chego perto da sua sala dona Margareth sua secretária diz
              - pode entrar Jeremias o Presidente está esperando! 
            Quando entrei na sala o Presidente da Republica disse:
               - Jeremias chamei você aqui pois quero que você seja meu Ministro da Economia !
            Então respondi a ele?
               - será que tenho capacidade para tal cargo de tamanha magnitude?
              E ele respondeu;
                -Tem sim , você é honesto competente e será um bom administrador das finanças
     Nesse instante respondi :
              - se é assim para servir ao meu país aceito !
      Então o presidente disse :
              - sua nomeação sairá amanha  ocupara o gabinete que antes era do seu antecessor  e terá uma secretária a sua escolha !
       Quando terminou de dizer isso lembrei do pai de Anabela que se achava melhor que todo mundo pensando que eu não era nada , pois agora iria assumir o cargo que era dele enquanto o pai de Anabela seu Hermano Cândido saiu do Ministério e foi administrar as suas fazendas de café , enquanto a Anabela se casou com filho do antigo Ministro da Saúde Sanitária Diocleciano , havia muito interesse nesse casamento pois os pais eram sócios nas fazendas e tinham uma industria de moagem de café . 
       Entretanto esse luxo e ostentação não durou muito tempo , pois houve uma queda nos preços do café e eles haviam perdido tudo o que tinham tendo que vender alguns bens para pagar as dividas que se avolumavam e comprometendo  a sua riqueza  e os deixando na miséria absoluta sem terem condições para sua sobrevivência tendo que trabalhar em empregos que eram desprezados pela alta sociedade da qual faziam parte .
       Com relação a Anabela soube que havia separado do marido e estava trabalhando de costureira mas mal dava para cobrir as despesas tendo que pedir contribuições na rua  um dia sem querer em 1929 no governo de Washington Luis andando de carro na minha furreca 29 juntamente com minha esposa Domitila encontrei  com ela na praça Ramos Azevedo estava triste frustada pedindo ajuda a quem estava passando , seu  pai seu Hermano Cãndido não suportando as dividas havia falecido vitima de um infarto.
        Ao vê- la  vi que aquele olhar alegre tinha dado espaço a uma grande frustração percebi um sorriso tímido ao perceber quem era eu foi então que ela disse:
                - É você Jeremias quanto tempo? O que você faz agora?
         Então respondi :
                 - Anabela fui Ministro da Economia no governo de Nilo Peçanha e ao sair fui convidado para presidir uma empresa de alumínio chamada Remanso que é de Cabo Frio  e vai se instalar aqui no Rio de Janeiro .
         Quando disse isso, ela respondeu :
                 - Que bom , que sejas feliz Jeremias como eu não fui !
            Ao afastar pensei na minha vida e em tudo que tinha passando estava feliz é verdade , tinha um bom emprego e um salário excepcional mas a saudade daquele tempo não saiam do meu coração, as lembranças , dos momentos simples na casa de meus pais, do trabalho com o seu Teodorico que havia falecido há anos , de andar de Bonde com meus amigos Eleutério  e Jacinto conversando sobre as moças  e as novidades do Rio de Janeiro, soube que haviam se mudado para Goiás e estavam cuidando de suas fazendas de gado que haviam comprado por lá e então não os via há anos , tudo isso passou e ficou em minha recordação as memórias do Rio de Janeiro antigo que não irão embora pois os terei guardados para sempre em cada canto da minha história .

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Poesia : Menino de Belém - Autor:Ruy da Penha Lôbo

I



Natal relembra o nascimento do menino de Belém que alegria nos dá relembrar pois esse dia trará muita paz e alegria em que nasceu o Menino-Deus que iluminara nossa vida.


II


Nossa vida que anda tão triste por ver tantas exclusões em perceber que o Menino-Deus é excluído na pessoa do irmão.



III

Irmão excluído pela nossa sociedade ,onde quem tem mais explora outro irmão , o mundo está uma verdadeira Ambição

IV

Ambição desenfreada e desmedida no qual quem tem valor é o capital, a pessoa humana não tem um pouco de valor vê-se o ser humano com profundo desprezo, o natal se torna para alguns uma festa consumista esquece-se que nesse dia que Jesus nasceu para trazer amor e harmonia.


V
Por isso deixemos o natal entrar dentro de nós deixando a estrela nos guiar para que o Menino -Deus possa transformar a sociedade consumista em sociedade de cooperação onde a solidariedade aconteça em cada irmão que veja em seu próximo o menino de Belém para que haja muita paz e harmonia também.


VI

Harmonia que só se Dara em cada um de nós lutando contra as injustiças e opressões Jesus quer isso e nós também devemos para que um novo mundo possa renascer e a paz possa florescer extinguindo toda exclusão para que se tenha um mundo mais irmão.