Sentado á porta da minha casa em uma manha de domingo no ano
de 2014 na Rua Estevão Olegário numero
quatrocentos em São Paulo Capital, por alguns instantes lendo o jornal O
Estado de São Paulo , relembrei com
saudade , a vida harmoniosa que eu Sergio Porto tinha com meus irmãos
Alessandra e Duarte e meus pais Domingos e Cândida , na pequena cidade de
Uranata interior de Goiás , naquela alegria que hoje faz falta pois vivendo em
uma megalópole onde a correria não dá espaço a pequenos momentos que temos que apreciar e são indispensáveis em nossa
vida cotidiana.
Na cidade de
Uranata a vida passava devagar todos se conheciam, Dr. Péricles era o medico de
toda a comunidade, atendia a todos sem distinção ou condição econômica seguindo
o verdadeiro exemplo de Hipócrates, o cotidiano interiorano se manifestava nas
rodinhas de conversa para falar dos problemas da cidade e da política, isso
acontecia na praça Cristóvão Dias onde toda a comunidade se reunia também
aos sábados a noite para colocar o papo em dia aqueles
instantes únicos que hoje fazem muita falta o dialogo entre as pessoas ,
compartilhar seus problemas , ter a certeza que tudo seria resolvido com muita
harmonia e dedicação.
A sociedade de
Uranata era muito cordial sempre
procurando resolver as necessidades de quem necessitava , um dia lembro como se
fosse hoje do senhor Ataíde trabalhando em sua Padaria com muito
afinco e determinação teve a visita de uma mulher com quatro filhos que estava
passando fome e pedindo ajuda , seu Ataíde vendo seu sofrimento , arrumou uma
comida , distribuiu pães, biscoitos e
roscas entregou alimentos a esta família durante meses até se reerguerem e conseguirem e se sustentarem para mudarem as suas vidas e o seu
destino.
Retornando a minha família tendo recordações das manhas
de domingo em que tio Gaudêncio trazia
presentes para nós , brinquedos , chocolates e doces , alem disso tudo o
essencial para nós , era sua alegria que até hoje sinto falta e guardo em
minhas memórias que não se apagaram mas ficaram eternizadas .
Nossa rotina era
feita de pequenos momentos que se tornariam inesquecíveis pois retratam uma
simplicidade que hoje não existe , naquela época estudávamos com muita alegria
no Colégio Fagundes Ernesto era um grupo muito animado por eu , Sergio ,
Alessandra , Duarte e meus Colegas Constantino e Fernanda , íamos todos de
manha cumprir o itinerário de nossas vidas e galgar um futuro que um dia iria
acontecer .
Meus pais Domingos e
Cândida procurando dar o melhor para nós
, mas o principal mostrava o exemplo de honestidade que devíamos seguir para
ser grandes pessoas com princípios fortes e que nunca se abalariam por
conseqüências nenhuma desta vida tão cheia de percalços e surpresas que estão a
nossa volta e que acontecem de forma aleatória sem que possamos dirigir nossos
caminhos.
Sentindo a presença
de meu pai lembro que sai cedo para trabalhar no Correio como carteiro e
entregar noticias de alegria e tristeza, minha mãe lutava com afinco na labuta
do lar , auxiliando a todos nós para que pudéssemos concretizar todos os nossos
sonhos sendo artífices de nossa história , construtores de
uma nova sociedade, ao folhear todas
essas páginas sente uma imensa saudade ,
hoje meus irmãos não procuram saber como estou
e minha família acabando com nossa irmandade .
Alessandra é
individualista vive somente para o trabalho e não quer ter união comigo. Duarte
é um grande advogado trabalha para grandes empresários e vê o mundo apenas como
capital, acumulando mais e mais bens e esquecendo os valores que norteiam uma
sociedade civilizada que precisa de valores tão escassos em nosso mundo.Em relação a meus
pais Domingos e Cândida pouco tempo depois de concluirmos nossos estudos ginasiais
faleceram e até hoje há uma brecha forte que não se apagara, no contexto de
minha vida Eu Sergio Porto sou formado
em História com mestrado em Harvard Estados Unidos
e ministro aulas na Universidade de São Paulo , tenho uma família feliz
juntamente com minha esposa Claudia e meus filhos Bento e Simone , mas aquela
irmandade que tínhamos desejo que voltaria pois era um elo de simplicidade em
ação é A Saudade que Me Toca que eu
quero guardar para ter a certeza que bons momentos temos sempre que resgatar.