terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Saudade que me Toca - Autor: Ruy da Penha Lôbo

Sentado á porta da minha casa em uma manha de domingo no ano de 2014 na Rua Estevão Olegário  numero quatrocentos em São Paulo Capital,  por alguns instantes lendo o jornal O Estado  de São Paulo , relembrei com saudade , a vida harmoniosa que eu Sergio Porto tinha com meus irmãos Alessandra e Duarte e meus pais Domingos e Cândida , na pequena cidade de Uranata interior de Goiás , naquela alegria que hoje faz falta pois vivendo em uma megalópole onde a correria não dá espaço a pequenos momentos que temos  que apreciar e são indispensáveis em nossa vida cotidiana.
   Na cidade de Uranata a vida passava devagar todos se conheciam, Dr. Péricles era o medico de toda a comunidade, atendia a todos sem distinção ou condição econômica seguindo o verdadeiro exemplo de Hipócrates, o cotidiano interiorano se manifestava nas rodinhas de conversa para falar dos problemas da cidade e da política, isso acontecia na praça Cristóvão Dias onde toda a comunidade se reunia também aos  sábados  a noite para colocar o papo em dia aqueles instantes únicos que hoje fazem muita falta o dialogo entre as pessoas , compartilhar seus problemas , ter a certeza que tudo seria resolvido com muita harmonia e dedicação.
   A sociedade de Uranata  era muito cordial sempre procurando resolver as necessidades de quem necessitava , um dia lembro como se fosse hoje do senhor Ataíde trabalhando em sua Padaria com muito afinco e determinação teve a visita de uma mulher com quatro filhos que estava passando fome e pedindo ajuda , seu Ataíde vendo seu sofrimento , arrumou uma comida , distribuiu  pães, biscoitos e roscas entregou alimentos a esta família durante meses até se reerguerem  e conseguirem e se sustentarem  para mudarem as suas vidas e o seu destino. 
   Retornando  a minha família tendo recordações das manhas de domingo  em que tio Gaudêncio trazia presentes para nós , brinquedos , chocolates e doces , alem disso tudo o essencial para nós , era sua alegria que até hoje sinto falta e guardo em minhas memórias que não se apagaram mas ficaram eternizadas .
    Nossa rotina era feita de pequenos momentos que se tornariam inesquecíveis pois retratam uma simplicidade que hoje não existe , naquela época estudávamos com muita alegria no Colégio Fagundes Ernesto era um grupo muito animado por eu , Sergio , Alessandra , Duarte e meus Colegas Constantino e Fernanda , íamos todos de manha cumprir o itinerário de nossas vidas e galgar um futuro que um dia iria acontecer .
  Meus pais Domingos e Cândida procurando dar o melhor para  nós , mas o principal mostrava o exemplo de honestidade que devíamos seguir para ser grandes pessoas com princípios fortes e que nunca se abalariam por conseqüências nenhuma desta vida tão cheia de percalços e surpresas que estão a nossa volta e que acontecem de forma aleatória sem que possamos dirigir nossos caminhos.
   Sentindo a presença de meu pai lembro que sai cedo para trabalhar no Correio como carteiro e entregar noticias de alegria e tristeza, minha mãe lutava com afinco na labuta do lar , auxiliando a todos nós para que pudéssemos concretizar todos os nossos sonhos sendo  artífices  de nossa  história , construtores de uma nova sociedade, ao folhear  todas essas páginas  sente uma imensa saudade , hoje meus irmãos não procuram saber como estou  e minha família acabando com nossa irmandade .
  Alessandra é individualista vive somente para o trabalho e não quer ter união comigo. Duarte é um grande advogado trabalha para grandes empresários e vê o mundo apenas como capital, acumulando mais e mais bens e esquecendo os valores que norteiam uma sociedade  civilizada que precisa  de valores tão escassos em nosso mundo.Em relação a meus pais Domingos e Cândida pouco tempo depois de concluirmos nossos estudos ginasiais faleceram e até hoje há uma brecha forte que não se apagara, no contexto de minha vida  Eu Sergio Porto sou formado em História com mestrado em Harvard Estados Unidos  e ministro aulas na Universidade de São Paulo , tenho uma família feliz juntamente com minha esposa Claudia e meus filhos Bento e Simone , mas aquela irmandade que tínhamos desejo que voltaria pois era um elo de simplicidade em ação é A Saudade  que Me Toca que eu quero guardar para ter a certeza que bons momentos temos sempre que resgatar.  

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