quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um amor de 1939 - Autor : Ruy da Penha Lôbo

Era agosto de 1939 , o Brasil era governado por Getulio Vargas , a Capital do Brasil era no Rio de Janeiro , nesta época o mundo passava por um momento triste com a segunda guerra mundial que estava começando e deixando a todos comovidos de emoção.
   Em Tupinambá interior de Goiás , a vida andava devagar , as poucas noticias que se tinha eram tidas através do radio do senhor Amadeu um comerciante que tinha uma loja de tecidos. Na cidade todos se conheciam , as pessoas passeavam nas ruas e se encontravam no bar do senhor Rachid um libanês que havia se instalado na cidade vindo do Líbano e que era uma pessoa que todos gostavam.
   Aos sábados , os jovens iam passear na praça Venerando Cruz perto da Matriz de São Benedito , um dia andando pela praça encontrei uma moça linda , olhos azuis , cabelos loiros se chamava Margareth e havia chegado há pouco tempo do Rio de Janeiro com seus pais que tinham um parente na cidade que era seu  Demerval.
    Seus pais Julio e Rosalva abriram uma panificadora e fazia pães deliciosos e que agradavam a todos e também biscoitos , broas , bolos e uma infinidade de outras quitandas que enchem a boca de tão saborosos que até hoje me lembro , com saudades . com relação a Margareth quando a vi meu coração bateu de felicidade pois senti que ela era  a mulher da minha vida , ao encontra-la a cumprimentei e perguntei seu nome dizendo:

   - Como vai tudo bem como se chama ?   

Então ela respondeu:

- Me chamo Margareth e você como se chama ?

Então respondi
- Eu me chamo Dilermando

  Depois das conversas inicias passamos a nos conhecer melhor , falamos das nossas vidas , disse a ela que trabalhava com meu pai Atanagildo em uma loja de sapatos e ela disse que estava trabalhando como professora na escola Manuel Duarte Pereira , ao terminarmos nossa conversa marcamos para Domingo à noite às oito horas da noite .
   No outro dia , aguardava com expectativa a chance de revê-la novamente , meu coração pulsava de emoção , então me aprontei e fui a sua casa busca-la para sairmos ao chegar na sua casa Dona Rosalva e seu Julio me receberam com alegria e disseram  :

- Olá ! como vai tudo bem você é o Dilermando que vai sair com nossa filha ?

Então respondi :

- Sim sou eu
 Pois é podem sair mas não se demorem pois amanha , temos que levantar cedo .
E então respondi :

- Podem ficar tranqüilos seu Julio e Dona Rosalva nós não vamos demorar .

Passado isto seu Julio e dona Rosalva convidaram-me para ir a sala ouvirmos um radio grande que ele possui que era atração nessa época pois além de trazer informações,  tinha novelas e todo tipo de entretenimento , ao sentarmos na sala ouvimos uma noticia que nos abalaria que Hitler havia invadido a Polônia e que a Europa estava se preparando para a guerra que mais tarde iria surgir e que comoveria a humanidade  com a morte dos Judeus por Hitler e seu exercito de sanguinários que peço que nunca ocorra isso um genocídio um crime contra a humanidade que não se deve repetir sobre nenhum pretexto de ordem social, econômica política e racial, e que deve ser abolida todo esse pensamento maléfico que não acrescenta nada somente age de forma bárbara.
    Neste instante Chega Margareth linda , com um vestido azul, tiara na cabeça, bonita como nunca tinha visto , um encanto que alegrou meu coração , então saímos e fomos para o bar do seu Guilherme que tinha uma variedade enorme de salgados de todos os tipos , pedi um pastel para eu e para ela e também quibes e sucos de laranja , enquanto comíamos disse a ela que desde o momento que a vi senti algo muito forte e que se ela aceitava namorar comigo , ela disse que sim e que também estava sentindo a mesma coisa mas que eu deveria falar com seu pai Julio pois era muito sistemático , gostava das coisas bem acertadas , resolvidas que não ficassem pelo meio do caminho.
    Diante de tudo isso , disse que sim , marcamos o almoço na casa de  seu Julio era o dia 28 de agosto de 1939 , me lembro como se fosse hoje , chega o dia esperado e fui a casa de seu Julio e dona Rosalva ao encontrarem comigo na porta disseram:
    
- Fique  a vontade pois a Margareth desce e iremos para o almoço.
   Em seguida Margareth desce e fomos para o almoço , ao começar o almoço confesso que não gostei muito da comida , pois era feijão preto , camarão , lagosta ou seja uma comida típica do Rio de janeiro , eu que sou Goiano acostumado a costelinha de porco , lingüiça de porco , tutu de feijão não me agradava tal comida ainda bem que tinha uma macarronada muito bonita com um molho de tomate por cima e o macarrão estava uma delicia que até hoje não esqueço , ficou guardada na minha memória nos meus pensamentos como uma lembrança agradável do nosso começo de namoro.
    Ao acabar o almoço seu Julio me chamou a parte e me perguntou :

- O que você quer com minha filha , ela é moça  de família se for para namorar é para casar se não não permito o namoro. 
 Então respondi

- Pode ficar tranqüilo seu Julio que minhas intenções com sua filha são as melhores possíveis , pretendo casar com ela pois a amo muito.  
  
Depois de dizer isso ele disse :

- Então esta bem Dirlemando eu permito que vocês namorem .
  
   Ao voltar para sala e contar para Margareth ela sorriu e e me deu um forte abraço e um beijo , o nosso namoro ia muito bem estava me formando concluindo o ginasial e mas frente conclui o segundo grau comecei a trabalhar em escritório de contabilidade que existia em Goiânia , nessa época Goiânia era pequena existia poucas casas não era igual hoje que se têm grandes edificações , grandes prédios a perder de vista. 
    Fiquei pouco tempo trabalhando arrumei um trabalho de atendente em uma loja em Goiânia e em 1945 pedi a mão de Margareth em casamento , casamos em 20 de Janeiro de 1946 e fomos morar no Rio de Janeiro sua terra natal ,chagando lá moramos no bairro do Catete em uma casa que tínhamos alugado do seu Rachid um libanês da minha cidade e que a possuía e que estava sem inquilino e que nos alugou a um preço pequeno pois era muito meu amigo e pediu que zelasse da casa para que não estragasse.
     A vida passava e com ela muitas mudanças na minha vida e de Margareth havia prestado vestibular para Direito e Margareth para Jornalismo e estávamos lutando , batalhando e galgando passos que mais tarde iriam se frutificar com termino do meu curso  o Direito e também de Jornalismo de Margareth e também com a montagem do meu escritório de advocacia que havia montado e que já tinha bastante Clientes  e Margareth também estava trabalhando estava na Radio Nacional a radio mais ouvida na época sendo então Jornalista da Radio com um programa inteiramente seu e que estava fazendo sucesso enfim nossa vida se delineava  rendendo bastante frutos de felicidade.
    Hoje aos 90 anos em 2010 vivo com alegria com Margareth e meus filhos Paulo , Antônia , Tiago e Bernadeth e meus netos Rômulo , Fabio , Fernanda e Carla , mas aquele ano de 1939 , ano sofrido é verdade cheio de privações , mas também de alegrias nele encontrei meu grande amor , um amor de 1939 .     



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