sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Conto : O Colégio Amarelo - Autor : Ruy da Penha Lôbo

 

 Chovia  forte em  Goiânia  capital  do  estado de Goiás  Eu Gustavo Fagundes olhando pela janela do meu prédio onde moro no setor Bueno encontrando alguns materiais  antigos  do  tempo de  colégio entre eles um caderno antigo de dez matérias com a gravura de um sol brilhando no horizonte , nesse instante voltei a 1988 ao Colégio Pedro Afonso Correa Santos ou então chamado a  época  de Colégio  Amarelo .

   Ele  tinha este nome porque o diretor do colégio resolveu pintar ele todo de amarelo, pois dizia que o  amarelo  representava o ouro que neste caso  era a sabedoria que os alunos iriam adquiri no  colégio ,  o colégio amarelo resplandecia  sua cor diante das pessoas que passavam e distinguia de todas as edificações da minha cidade Pedra da Serenidade  interior de Goiás e que fica próxima a Goiânia. 

     Em  minhas  visões  do  passado relembro  que no mês  de Novembro  ficávamos alegres  pois  iríamos concluir mais uma etapa de estudos que se concluiria , que bom era aquele tempo  onde estudava Geografia com a professora  Renata  sobre os países  continentes , rios , formas de governo e muitos outros  aspectos humanos ,  em português  a  professora  Karla  destacava  na gramática  a sintaxe , a ortografia  ,  a pontuação ,  a redação e outros aspectos importantes da língua escrita  em matemática tínhamos o professor Arquimedes que ensinava a formula de Bhaskara , a raiz quadrada ,  as porcentagens e outras operações da matemática . 

    Na  disciplina de história havia o professor Eduardo  que ensinava as fases da história do Brasil desde o descobrimento passando pela independência  e a republica  e mais tarde mais a frente ensinava sobre a história geral e  todos  os seus pontos importantes , não podendo esquecer o professor Willian que ministrava aulas de inglês  que ensinava  o verbo to be  e  outros pontos importantes da língua inglesa.  

  Todos  estes professores de certa forma marcaram a minha vida e são a fonte de fortaleza para novos desafios  a serem superados e conquistados , relembrando o período das provas onde eram impressas em um  mimeografo um instrumento que hoje não se usa mais  depois da chegada dos computadores, as provas eram confeccionadas no  mimeografo e depois entregues  a cada  aluno para assim poderem responder as questões e enfim  galgar os  términos  dos  estudos e  chegar aos objetivos que viriam pela frente e que seriam plenamente realizados.

     O  Diretor Epaminondas Duarte tinha o maior carinho com o colégio tratando a todos com respeito e ajudando os estudantes nas mais diversas duvidas que poderiam vir a ter,  todos os anos tanto no dia do estudante onde realizava saraus de poesia , palestras sobre uma determinada matéria   e  com musicas cantadas pelos alunos sempre estimulando o conhecimento que deveria  fazer  o aluno estar engajado no processo  educacional  e no dia do professor também  era um dia de festa onde os professores seriam valorizados  pelos seus trabalhos na escola lutando para que tivessem melhores condições de trabalho  ,  o pessoal da portaria  também não eram esquecidos pois ele dizia  que eles eram fundamentais pois ajudavam no funcionamento da escola  e conheciam de perto os problemas  da instituição  escolar e também cada aluno que chegava sempre trazendo um  sorriso de esperança  a  cada um  deles  que  é  essencial  para  sempre  terem  a   motivação  em  suas  vidas.

 Tudo  nesta época  era  bom  a atmosfera , o  jeito  simples  de  ser , a  bondade que se fazia notar  nos  mínimos  detalhes de um período plural e fundamental  para alcançarmos bases de respeito ao pensamento diverso que era tão valorizado na escola e hoje se vê uma sociedade de intolerantes .

  Folheando  as  páginas do caderno retornei  a  tudo isso em que após as  provas finais recordo que havia um grande mural pregado na parede   onde os alunos iam ver  o resultado das provas e se tinham passado de ano e entrado de férias constando o nome de cada aluno se tinha sido aprovado , reprovado ou então estava de recuperação  eu  sempre ficava  em  duas matérias  português e Geografia , lembro que após olharmos o resultado os alunos que haviam sido aprovados saiam contentes sorrindo e fazendo  planos para as férias onde iriam passear podendo sair com  a família enquanto os reprovados saiam triste pois sabiam que teriam que  começar tudo de novo ver novamente os mesmos conteúdos enquanto nós que ficávamos de recuperação  neste momento apesar de ter que ir a te dezembro estudando as matérias para passar tinham a certeza que seríamos aprovados, recordo que fiquei até o  dia 18 de Dezembro  de 1988 estudando e no dia 20 recebi  o resultado que tinha sido aprovado para minha alegria e de meus pais que assim  poderíamos  ficar  tranquilos para podermos  comemorar com  felicidade  as  festas de fim de ano.

  Lembrando  disso sinto que era uma  felicidade que  se traduzia  na  simplicidade dos fatos  que aconteciam  e não existia  a superficialidade  dos tempos de hoje  tão corridos  e  sim  a  harmonia  do  viver que  era  tão  essencial   para  mim   e para todas pessoas do meu tempo  e  que hoje    fica   a  saudade, hoje  em  2021  sou  engenheiro  e  trabalho na  edificação  de prédios  , sou casado com minha esposa Francisca  que  é  professora em uma escola publica aqui da capital e temos dois filhos  Paulo  e  Mercedes  e  que  são estudantes de  História  em  uma  Universidade.

Um  dia  mas  precisamente  dia  02  de  Abril de  2021 resolve retornar  a  minha cidade Pedra  da Serenidade  e passar na porta do colégio e observar e reviver todos aqueles momentos que tinha vívido naquele  colégio  que tinha o nome afetivo de Colégio Amarelo  por causa de seu amarelo reluzente que brilhava  ao  longe.

   Ao  chegar a cidade e andar algumas quadras  enfim aproximo do Colégio encosto a porta do colégio e fico olhando pensativo com perplexidade a situação do Colégio que tinha mudado a sua cor era azul escuro de um tom bem triste que fazia eu  querer que tudo voltasse aquela sintonia perdida .

   Ao  fechar o  caderno  cheguei  a  uma conclusão que escrevemos  todo o tempo de nossas vidas com alegrias , fé  e esperança e que ela a escrita  é   feita com a  caneta da simplicidade para fazer o  melhor que estiver ao  nosso  alcance .

  Os  sentimentos sempre  ficaram ,  pois  O  Colégio  Amarelo  estará   a   brilhar dentro do  meu coração  pois  foi  a verdadeira identidade de minha adolescência  que se revelara  por todos  os séculos sem  fim  mostrando que  a  felicidade  se  mostrara   em pequenos  detalhes  de  emoção   onde   a  vida  de  estudante  nunca  passara  então.

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