sexta-feira, 25 de junho de 2021

Conto : A Casa da Felicidade - Autor : Ruy da Penha Lôbo

 

Que  tempo  bom  1988 ! Eu Tiago Arantes vivia com alegria na pequena cidade de Luz da Esperança que tinha toda uma harmonia na sua singular forma  de viver pois tudo era muito simples  porém  belo  em pequenos atos,  acontecimentos que sentíamos  a  cada instante  de nossas vidas  que se  formam  em  percepções  de  tudo que  busco  e  alinham  a  grande   palavra  saudade  e  que hoje  bate  em  meu peito.

Era  uma  formidável  realidade  onde  aqueles  segundos seriam eternos em  meu  coração  ,  nesta época levantávamos bem cedo  para ir  ao  colégio  com meus irmãos Renato ,  Carlos  e minha irmã  Zuleica , após levantar e lavar o rosto e escovar os dentes , íamos para a cozinha onde meu pais Dionísio sentado  em  uma mesa sempre lendo o jornal para saber as noticias e depois repassar seu ponto de vista sobre os acontecimentos do Brasil e  do  mundo sempre enfatizando com uma análise critica dos problemas que estávamos passando , meu pai neste ponto foi um educador para a consciência critica minha e de meus irmãos que hoje sabemos distinguir o que é bom e ruim para  assim transformar o  mundo com nossas idéias e reflexões.  

   Minha  mãe  Cláudia sempre observava tudo e sorria para todos fazendo que aquele dia  ficasse  alegre com a  sua presença terna de bondade e assim  depois colocava á mesa os pães , broas , roscas , biscoitos e uma infinidade de quitandas que eram muito saborosos  pois eram feitos com muito  carinho  por minha mãe que alem  disso procurava saber do nosso rendimento escolar se estávamos aprendendo se não fazíamos bagunça dizendo sempre que a educação é o maior tesouro que íamos adquirir pois ele é eterno nunca acaba não é igual aos bens materiais que acaba com o tempo pois não é duradouro e  é descartável não é infinito.

Após  o café íamos recolher nossos materiais escolares e irmos para o colégio  junto com meu  pai  no carro que possuíamos que era um Passat azul marinho que há pouco tempo tinha sido comprado por meu pai íamos todo dia com meu pai pois ele ia para a agenfa municipal trabalhar de coletor e ficava próxima ao colégio que estudávamos o colégio se chamava Farol do Saber  onde estudávamos em busca do conhecimento e encontrar com os amigos  que eram muitos pois éramos muito populares na cidade.

    Aos sábados sempre gostávamos de ir divertir eu Tiago, meus irmãos Renato e Carlos jogávamos bola em um campinho de terra que ficava próximo a nossa casa e que juntava toda  a  juventude da cidade e quando era a noite íamos para o baile  do senhor Manuel Alegria dançar em sua casa de dança que se chamava  ritmos da sintonia onde dançávamos discoteca , musicas lentas e encontrávamos com moças lindas aos quais namorávamos  e inclusive alguns amigos  até casaram com ajuda desses bailes,, tudo era bom neste tempo que não volta mais e ficara  guardado na minha memória sendo um símbolo que iluminara para sempre  meu  viver.

 Enquanto  minha  irmã  Zuleica por ser adolescente e mais nova que todos nós ficava em casa com minha mãe ajudando nas lides domésticas e as  tardes sai com suas amigas  Fátima e  Mirtes para se distraírem e sentavam nos bancos da praça Hercules Campos e olhavam as  pessoas que andavam nas ruas e tomando sorvete que compravam do senhor Hermegildo Sereno que tinha uma sorveteria e ficava  próxima  a praça .  Mas  o que recordo com saudade é a imagem de  nossa casa que era  de  cor marrom  claro, com um alpendre que tinha um portão  onde  as pessoas passavam para entrar na casa  ela tinha uma simplicidade que hoje não vejo  nas  edificações  e  que representa uma página de minha vida que me  faz  ter imensas memórias. 

  A  casa da  minha juventude  simboliza  todo um histórico de minha vida , alegrias momentos que nunca esquecerei quando aos domingos a noite ficava  na porta do alpendre ouvindo musica ate tarde em meu som de toca discos e fitas que hoje não existe  mais,  era  uma  tranqüilidade  pois neste tempo a  cidade  era  provinciana pequena , bucólica  que não se vê hoje em dia com  tanta violência.

  Dormindo  em uma poltrona  depois de ler um jornal  em uma  manhã  de domingo relembrei disso tudo e olhando para a rua pela janela de meu apartamento no setor Bueno em  Goiânia  por alguns instantes quis que tudo isto retornasse, senti uma imensa saudade daquele tempo , das suas simplicidades , hoje na cidade grande não temos  tempo para nada ,  só trabalhar , saímos de  casa  mal  tomamos  café , vivo uma vida agitada que não lembra  a  harmonia que tínhamos eu Tiago  sou professor de história  trabalho em um colégio  e minha esposa Carmen  em uma escola municipal  sendo professora  de português aqui em Goiânia   vivemos felizes  é verdade  com nossos filhos  Diogo  e Cecília  com relação  a meus pais   e irmãos  meus pais  Dioniso e Claudia  faleceram  a alguns anos  , meus irmãos  Zuleica , Carlos  e  Renato moram em Salvador capital da Bahia sempre procuramos comunicar por  redes sociais  via whatshaap para não perder este elo .  Meu irmão Renato é engenheiro civil trabalha na construção de estradas e pontes, meu irmão Carlos é psicólogo e tem uma clinica onde tem muitos pacientes e enquanto minha irmã  Zuleica  é  jornalista e trabalha em um jornal de Salvador chamado  o  Diário  da  Bahia  onde destaca fatos importantes da  cidade  de  Salvador e do estado todos estão casados com seus respectivas  problemas a serem resolvidos, porém sinto falta do tempo que vivíamos juntos com meus pais.  Retornando a aquela imagem  da cidade  de Goiânia percebe que os anos podem passar,  mas  a  beleza da simplicidade  sempre reinara  pois  A  Casa  da  Felicidade  vivi  com  alegria  ,  instante  e emoção  e   eternizarei  por  toda  a  minha  vida  sendo uma  página  a  ser  folheada   a   cada  dia.

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