Era 2002 passava pela Rua General Ernesto Paulo em Maçandapa Goiás e lembrei com saudade dos momentos felizes que tinha passado com meus pais , eles eram pessoas simples , mas em casa nada faltava tudo era feito com amor .
Meus pais senhor Genaro Herculano e senhora Jacinta dos Santos tratava a todos os filhos com carinho e igualdade não se via no rosto terno de minha mãe diferenciação entre os filhos gostava de todos com seus defeitos e qualidades inerentes a todo ser humano que fora criado por Deus o grande criador do universo.
Nas manhas levantávamos bem cedo , eu Dilermando , Raquel , Márcia e Paulo éramos acordados por minha mãe que ia no nosso quarto nos chamando para ir a escola , no café da manha era tudo muito alegre minha mãe dona jacinta fazia biscoitos pães e Roscas que eram de dar água na boca , mas o momento mais importante do café da manha que me lembro como se fosse hoje é o momento de confraternização que existia onde contávamos os sofrimentos pelos quais passavam na lida da roça plantando arroz , feijão, milho verde , fabricando queijo , vendendo leite e sendo pouco valorizados pela sociedade que valoriza o ter e não o ser as classes mais abastadas.
Nesta época meu pai Herculano tinha uma pequena chácara ele plantava tudo nela e vendia e ainda sobrava muita coisa que atendia as necessidades da casa vivíamos na fartura com alegria e não nos faltava nada isso sinto é a verdadeira felicidade.
Aos Domingos , levantávamos cedo tomávamos café arrumávamos e íamos para a missa do padre Osmar que era as oito horas começando pontualmente , depois da missa íamos para praça onde brincávamos com os amigos Joaquim e Helena , filhos do seu Olavo e de dona Almerinda , seu Olavo era um farmacêutico bom que tinha na cidade que atendia a todos sem distinção de classe social , coisa que hoje não se vê mais onde impera o egoísmo, a arrogância e o orgulho diante dos pobres.
Em Maçandapa , todos se conheciam , sendo uma verdadeira irmandade onde todos se respeitavam , ao olhar o lugar onde vivi os melhores momentos de minha vida a casa onde morei e hoje não existe mais , me aperta o coração , por saber que naquele lugar está um prédio imponente mas frio fruto do capitalismo desregrado , meu pai na época por condições financeiras teve que vender a casa para seu Altemar que depois revendeu a um grupo imobiliário que não preservou a casa vendendo a grupos econômicos supermercadistas deixando escancarado o lado cruel do capitalismo.
Ao rememorar todos esses fatos , lembrei-me do quanto a família é importante , vivíamos com simplicidade , mas tínhamos a felicidade , hoje meus pais faleceram , meus irmãos não me procuram Raquel formou-se em Jornalismo e trabalha em uma grande rede de televisão seu meio social é outro , participa de festas da alta elite da sociedade e esqueceu de suas origens o que não poderia acontecer.
Márcia formou-se em geografia mas vive longe ministra aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro e Paulo é dono de uma Imobiliária que vende terrenos para formar grandes condomínios fechados , ou seja não estão preocupados comigo , enquanto a eu Dilermando formei em História pela Universidade de São Paulo sou professor aposentado pela Universidade Católica de Goiás , mas não esqueço das minhas origens , hoje sou casado com Catarina tenho dois filhos Renato e Munique tento passar para eles os valores familiares que recebe de meus pais onde éramos felizes e a felicidade estava a nossa porta que não se vê no momento mas está no meus coração sendo Eternas Saudades de um tempo que guardo com emoção .
Nenhum comentário:
Postar um comentário