sexta-feira, 4 de julho de 2025

Conto : Um Romance na Vila 36 - Autor : Ruy da Penha Lôbo

 

O  Ano  1730  Guilherme  Corrêa  Arantes  em  seu  cavalo  ventania  iria  para  a Província  de  São  Paulo  , Mas  precisamente  para  a  Vila  36  um  povoado  hospitaleiro ,  de  um  povo  simples ,  acolhedor   e  alegre , uma  verdadeira  irmandade  que  iria  fazer   parte  de  seu  cotidiano  de  viver . 

   A  distância  era  longa , Pois  havia  saído    vários  dias  da  Província   do  Rio  de Janeiro  onde  trabalhava  em  algumas  fazendas   ,  Guilherme  era  feliz , gostava  de  ir  pelo  caminho  tocando  violão  e  admirando  a  lua  que   se  fazia  brilhante  e  transmitia  paz  a  sua  vida  de  viajante  sem  rumo. No  percurso  do  caminho  sempre  buscava  pensar em  bons  sentimentos  ,  nunca passava  pela  sua  cabeça  ser  pessimista  , Pois  acreditava  que  é  fundamental  para  as  ações  relevantes  que  viriam  acontecer  em  sua  vida  ,no  consolidar  de  todo  o  tempo. 

     Ao  chegar  a  Vila 36  percebeu  o  quanto  aquele  pequeno  mundo  seria importante  em  sua  história  individual ,  Pois  acreditava  que  encontraria  ali  a  felicidade  que  é  tão  essencial  na  vida  de  qualquer  pessoa  que  quer  ser  feliz  acima  de  tudo  que  possa imaginar .

De  longe  avistou  a  casa  de  seu  tio  Teodósio  e sua  tia  Constância  que  se alegraram  com  a  sua  presença,  Pois    muitos  anos  não  o viam  então  entrou  e  foi  guardar  as  malas , depois  de  muitos  dias  instalado  na  Vila, arrumou  um  trabalho  no  mercado  da  Vila  que  se  chamava  Mercado  da  Harmonia  que  atendia  as necessidades  mais  importantes  das  pessoas  e   de  adjacências  próximas  porque  era muito sortido de  novidades . 

O  dono  do  mercado   era  o  senhor  Manuel  Dias  um  português  que havia muito  tempo  chegado  ali  na  Vila 36 , De repente Guilherme  viu  uma moça linda  uma negra  de  olhos azuis  que  era  escreva  e dama  de  companhia  de  uma  moça  rica  chamada  Catarina  que  era  filha  de  um   grande  fazendeiro  da  região   e  que  possuía  muitos escravos , Guilherme  achava  isto inadmissível  , uma vergonha  que  ainda  permanece  no  Império colonial , Pois  todos são  filhos  de  Deus  e  todos  tem  direito  a  liberdade  que é  a fundamental  essencial  de  viver  ser  livre .    

  Trabalhando  no  balcão  do  mercado  Guilherme  não  tirava  os  olhos  da  linda  negra  que  tinha  os  olhos  verdes  e  sentia  algo  diferente  por  ela  que  nunca  havia  sentido  por outra  ,ela estava arrumada  e  se  encontrava  com  um  jeito  tímido  que  se  apresentava  a  cada  instante  que  era  contrastada  com   uma  beleza  sem  igual  que  nunca havia visto em toda a sua vida.  

   O  olhar  era  perceptível , Pois  não  havia  outra  pessoa  no  ambiente  porque  Catarina  estava  do  lado de  fora  conversando  com  uma  amiga  sua  chamada  Deolinda ,   o sorriso  da  dama  de  companhia  iluminava  o  lugar ,  Depois  disso  Catarina  mandou  ela  pegar  os  mantimentos  e  foram  em  seguida  embora., Guilherme  sonha ver  ela  novamente . 

   Posteriormente  Guilherme  viu  elas  se  afastarem  e  subirem  na  carroça  e  irem para  a  fazenda  Ouro  Reluzente  que  ficava  poucos  quilômetros  da  Vila  36  que  havia  se  tornado  a  principal  chegada  de  pessoas  e  comerciantes que  ali  buscavam  fazer  as  suas compras. 

A  rotina  no  povoada  se  traduzia  da  seguinte  forma  a  noite  onde  os  homens  do  povoado  iam  a  Taberna  do senhor  Eurico  o  ponto   de  discussões  inflamadas  contra  a  monarquia  e  a  favor  da  Republica nela  se  notava pensamentos e  idéias  contraditórias que  eram  defendidas por advogados  que se  diziam  abolicionistas e  republicanos  destacando  o  senhor  Horácio  Flores que era advogado  e  o  contrapondo  a ele  o  líder  dos  fazendeiros  o  senhor  Ismael  Rezende  Campos  que  era escravista  por  natureza  e  grande defensor  das  ideias  do  império  português.

As  pessoas  da  Vila  eram  muito  solidárias  e  se  ajudavam  mutuamente  em  suas dificuldades  mais  proeminentes ,  A  Vila  tinha  esse  nome  36  por  causa  da  quantidade  de  casas  que  havia  no  povoado  sendo  conhecida  por todas  as  pessoas  que  passavam  e  outras  localidades  que  se  apresentam . Dias  depois  em  um  domingo  fazendo  um  piquenique  perto  da  lagoa  verde  de repente    a  linda  moça  acompanhada  da  senhorita  Catarina  ao  notá-la   Guilherme  sentiu  uma  alegria  contagiante  e  então  foi  ao  seu  encontro  e  falou : 

- Bom  dia  estás  bem !  Nobre  Senhorita ! 

   Ao  olhar   Guilherme  a  moça  tímida  arregalou  os  olhos  e  disse:

      -Oi, Estou  Bem !   

   A  conversa  se  desenrolaria  bem  tanto  que  Catarina  percebeu  o  interesse  de Guilherme  e  resolveu  ajudar  ele , tanto  que  foi  encontrar  o  seu  pretendente  José  Fortes  um  editor gráfico  que há  pouco tempo  havia chegado  na  cidade  e tinha  um jornal na cidade que  se chamava Tribuna do Amanhecer e  que  seu pai  Ismael  não  aprovava  porque tinha  ideias liberais  contra  o  império  e com isso ela  deixou  os  dois  sozinhos  para   conversarem   e  se  entenderem. 

Em  seguida  a  perguntou :

- Qual  é  o  seu  nome?      

 E  ela  respondeu :

   -  Meu  nome  é   Clara  Santos !  Sou  da  Província  de  Minas  Gerais  !

     Guilherme  então  resolveu  fazer  a  corte  e  o  amor  dos  dois  se  fortaleceu  a  cada  dia  tanto  que  Guilherme juntou  um  bom  dinheiro  e  a  comprou   do  senhor  Ismael  por  duzentos  contos  de  Réis e  assim  o  fazendeiro  concedeu  a  liberdade  assinando  a  sua  carta  de  Alforria  fazendo  que  Clara  ficasse  feliz  com  tal  fato  , Pois agora  poderia fazer  tudo que  tinha  vontade . 

Com  a  liberdade  Clara  e  Guilherme  casaram-se ,  tiveram  filhos  e  sua  descendência  se  ampliou   por  muitos  anos  sendo  lembrada  por  todas  as  pessoas  que  apesar  das  dificuldades , o  amor  foi  mais  forte  e  superou  todos  as  formas  de  discriminação sendo  exemplo  para  os  indivíduos  não  terem  preconceitos , Pois todos  são  filhos  de  Deus e  estamos  neste  mundo  para  cumprir  uma missão  sermos  mais  humanos  justos , solidários  e  onde  haja  a  compreensão .      

      A  Vila  36  se  desenvolveu  e  hoje  é  Bonfinópolis  - Goiás , Essa  história  é  fictícia  mostrando   que  pequenas  localidades  se  traduzem  em  alegria  que  se  renova  todos  os  dias  em   uma  plena  sintonia ,  Um  Romance  na  Vila  36  se  concretizou  e  perpetuou  revelando  de  verdade  que   o  amor  é  o  sentimento  de  plena  sinceridade   que se  deve  ter  na  sociedade.  

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