A vida na
pequena cidade se
percebe em seus
caminhos pequenos, em sua tranqüilidade e no
cotidiano de partilha de seus
moradores que não hesitava
em ajudar quem precisasse, nisto o
tempo é a fração que supera todo entendimento , mas que depois analisamos
no decorrer de nossas vidas e que
assim colhemos frutos
de saudade.
Nestas páginas escritas lembro de ir
bem cedo estudar era antes
do sol levantar juntamente com meus
irmãos , Carmen , Constantino , Renato e
Fátima e também meus amigos Alexandre e
Márcia filhos do senhor Péricles dono da farmácia que eram muito amigos e estudavam
conosco a rotina escolar se completava ao chegarmos ao Colégio Pedro
Álvares Cabral , um
colégio conceituado , público mas de
elevada educação com professores dedicados que sempre repassavam o lado
humano em todas as possibilidades traduzindo em
ensinamentos dinâmicos que faziam
que o conteúdo e todas
as
suas singularidades fizessem diferença em nossas vidas
de realizações tão perfeitas , sinceras e reflexivas .
Neste ideário de recordações
visualizei a professora de português que se chamava
Carla que ensinava os adjetivos
, substantivos , plurais , antônimos , sinônimos e a
redação que sempre estava de
acordo com o meio em que
vivíamos seja no campo político , social e econômico que faria
que tivéssemos uma visão critica do mundo e da sociedade.
Outro professor
importante onde as
aulas eram excelentes era o professor Roberto
Martins que ministrava geografia e ensinava
os aspectos físicos, localização geográfica geografia tradicional e também a geografia
critica onde mostrava os modelos econômicos dos países , a
sua ideologia e a forma
que exerciam a sua influencia no mundo.
Na disciplina de história tenho que destacar a professora Margareth que definia
as fases da história desde a
pré história e seus períodos passando
pela idade media , moderna e contemporânea , desenvolvendo
em nós o senso
critico ao enxergar que através da história podemos mudar nossas vidas e o mundo que vivemos sendo
artífices da transformação para um
mundo melhor , humano e
justo sem desigualdades.
Havia vários professores, mas estes marcaram a minha vida e de meus irmãos com suas alegrias e simplicidades e a capacidade
de entender os nosso problemas e ajudando
a superá-los , após as aulas era uma felicidade aos sair do colégio cantando musicas pelas ruas mostrando a nossa identidade juvenil da época e que hoje
não existe mais onde os jovens ficam presos
a artefatos eletrônicos , smarthphones
sem saber que o belo da vida
está
no intenso viver ,
sonhar e ter a felicidade nos mínimos
segundos.
No campo da socialização relembro que nas tardes de domingo
irmos aos jogos de
futebol no estádio Gerson Soares
onde se reunia toda a população e
cidades vizinhas onde se percebia
uma intensa felicidade
a cada lance de futebol pois sentíamos que
o tempo traduzia em momentos
inesquecíveis que ficariam para sempre eternizadas em meu pensamento , também não posso deixar de mencionar no Baile do
Senhor Anastácio em que toda a
juventude se fazia
presente aos sábados com uma alegria que se renovava
para as lutas do dia a dia
e onde vários namoros se concretizaram
em casamentos duradouros
sendo exemplo para todos sendo
um sinal a
ser seguido por
todas as pessoas na
construção de suas vidas e no
caminhar de seus
destinos.
No
cotidiano de minha
vivência ao chegar em casa na Vila
São José vindo do colégio , percebia que meu pai Bartolomeu havia chegado cansado para o almoço pois sendo carteiro havia
entregue muitas correspondências e ia
descansar um pouco até o almoço ficar pronto, mina mãe Mirtes que lidava
com afazeres domésticos do lar e
preparava o almoço com uma
felicidade tão
sincera que até hoje nunca vi em minha vida e
isto se refletia no almoço que era saboroso
e que neste dia memorizo com saudade com estivesse acontecendo hoje e que era
: arroz , costelinha de porco , pelota,
arroz com açafrão , pequi, feijão tropeiro , tudo era
muito singelo , mas que ficaria eternizado em
meu pensamento por
muitos anos, desejando que tudo
retornasse mas o
tempo não voltara ficara
registrado para sempre
nas páginas da emoção
Hoje
em Janeiro de 2020 na cidade de
São Paulo trabalhando na área
jurídica em 12 de Janeiro
lendo o jornal
Folha de São Paulo por alguns instantes olhando a avenida
paulista revive tudo isto em meu coração a
Bonfinopolis que sempre ficara em meus
pensamentos , estando com 48
anos, advogado e casado
com Helena juntamente com meus filhos Carlos e Claudia
sonhei que tudo isto
voltasse para entender
que a felicidade
se sentia nos pequenos
gestos de nossa cidade , na sua vida bucólica de interior e na pureza de fatos corriqueiros que assinalam
toda uma identidade
provinciana de harmonia.
Com relação aos meus irmãos,
não tenho mais contato, após a morte de meus pais se fecharam em seus
mundos se tornando pessoas individualistas perdendo o verdadeiro sentido
de fraternidade e irmandade , hoje moram no sul do pais, mas
precisamente em Gramado, Rio Grande do Sul, Constantino
é formado em história , professor universitário.
Renato é arquiteto tem uma
empresa de projetos arquitetônicos ,
Fátima é engenheira possuindo um escritório de engenharia
e Carmen psicóloga com um consultório
medico, todos bem situados
na vida, mas que não tem mais a
sensibilidade das raízes
interioranas tão essências e que
não devem ser perdidas e sim
preservadas. . O
caderno do tempo em
minha vida foi
escrito por muitos fatos que ficaram no
passado , minutos , momentos
de emoção , harmonias que
brilhavam de uma
vida nas linhas da sabedoria , Saudade!
Palavra especial que
desponta em meu
coração , As Memórias de Bonfinópolis produziram a sensibilidade
que os anos
podem passar mas
ficaram aquela humildade eterna
, duradoura que
alegrava o meu viver pois
tudo era
verdadeiro e com muita
reflexão vejo que
minha cidade está
em meu coração e
nunca deixara de ser
lembrada então .
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