segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Conto : O Natal que Recordo - Autor : Ruy da Penha Lôbo


   Era  o ano de 1971 mas precisamente dezembro eu João Gabriel  e minha irmãs Marina , Manuela , Isadora e Isabela vivíamos na pura simplicidade no iluminar das  horas que se contavam e nos desígnios que se anunciavam  resplandecendo com alegria  pujante.  O  natal se aproximava estávamos em 20 de dezembro  as luzes acesas iluminando  as lojas da  capital do  estado  Goiânia onde trabalhava no caixa de uma papelaria onde ia todos  os dias no itinerário  de trabalho de São José do Bonfim interior de Goiás  até Goiânia.
     A  vida era simples eu e minhas irmãs tínhamos a harmonia da emoção em cada singularidade que se desenhava  Marina , Manuela  , Isadora e Isabela eram alegres , carismáticas e conquistavam a todos com sua bondade , amizade e sintonia que se apresentava  a cada dia  com  o descortinar que se  aprimorava e fortalecia no principio de valores sólidos.   Meus pais Herculano e Marieta  eram pessoas simples que trabalhavam  no Colégio  Porto do Saber , meu pai era porteiro e minha mãe merendeira e nós estudávamos neste colégio onde concluímos  o antigo  segundo  grau direcionando os nossos destinos para  grandes possibilidades que surgiriam no configurar de nossas vidas que se afirmavam.
Ao  chegar o dia 23 de dezembro próximo ao natal a alegria impulsionava nossos corações, pois era grande alegra , meus pais Herculano e Marieta e meus avós paternos Francisco e  Catarina se animavam na  arrumação dos detalhes para o natal , minhas irmãs Marina e Isabela cuidavam da limpeza da casa de meus pais , as outras irmãs Manuela e Isadora iam com minha mãe fazer as  compras de natal e eu João Gabriel  ajudava nas despesas da casa para que pudéssemos ter um natal harmonioso , lembro bem  que o natal  a ceia  era  cheio de comidas saborosas sendo :  Lombo de porco , costela , paçoca , feijão tropeiro e na sobremesa doce de leite  , de goiaba e marmelada , mas o ponto mais importante era quando  a meia noite do  dia 24 de dezembro  quando  íamos  a missa  do padre Osmar que  fazia uma homilia bonita sobre o  natal dizendo que o nascimento de  Jesus  foi uma marco de humildade para a humanidade e após a missa ao chegarmos em casa rezávamos  o terço e após cantávamos noite feliz  ao verdadeiro sentido da festa que é o menino  Jesus , Maria e José , os pastores  e os reis magos que era representado em um presépio  que minha mãe Marieta montava e onde rezávamos o terço na maior alegria  pois estávamos na união familiar que hoje em  dia não se vê
 Depois  disso confraternizávamos e trocávamos presentes  lembro de ganhar um camisa azul marinho de meu pai Herculano , minha irmãs Marina Manuela , Isadora e Isabela ganharam panos para  fazerem vestidos que eu as presenteava   , minha  avó  Catarina  ganhar uma imagem da sagrada família de minha mãe Marieta  e minha mãe Marieta ganhar um a imagem do Divino Pai Eterno   no qual ficou muito feliz porque era muito devota esse presente   foi dado por mim pois sabia da sua grande fé e devoção , meu pai Herculano ganhou uma camisa verde de meu avô Francisco e meu avô  Francisco ganhou uma  gaita  de meu pai Herculano e  ficou muito alegre pois gostava de tocar  gaita e a sua  estava bem velha  , assim  era  o nosso natal cheio de simplicidade  e que hoje tenho grandes lembranças pois hoje em  dia não reunimos mais.         
Estava  visível  a  harmonia que se desenvolvia  nos pequenos gestos e que hoje tocam o meu coração de saudade  , anos se passaram  lendo o jornal  O Globo no Rio de Janeiro onde resido  na sacada de minha casa e onde  atuo na profissão de arquiteto e minha esposa  Marta trabalhando  de psicóloga juntamente com meus  filhos:   Carlos , Tiago e Daniela  vivemos felizes , no entanto sinto profunda recordação desse tempo , hoje meus  avôs  e pais já não existem mais  , minhas irmãs Manuela,  Marina , Isadora ,  Isabela são professoras  trabalham  em suas respectivas áreas de geografia  e  história  em universidades de Goiânia  não temos muito contato  comunicamos somente por whatshaapp em  um  mundo artificial  que não sei  onde iremos parar  pois se configura  a inteligência artificial onde a maquina será preponderante não deixando que os pequenos  sentimentos se manifestem  , saudades de um tempo de simplicidade onde a união existia em nossa família O  Natal que Recordo  ficara sempre nas  páginas da minha vida pois são o testemunho  de um sentido transparente das alegrias que sempre trarão as memórias de um tempo  de felicidade  e  mansidão.

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