segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Beleza de ser do Interior - Autor: Ruy da Penha Lôbo

       No mundo em que vivemos se preconiza vários elementos ditos pela sociedade em que sua singela concepção é conceituada como moderno civilizado, contrapondo aquilo que está fora do contexto civilizatório é tido como atrasado, arcaico, foi assim no decorrer da civilização grego – romana que impunha conceitos culturais dizendo que as outras civilizações que estavam fora de seu domínio político não tinham a cultura sendo chamados de bárbaros, entretanto tinha uma cultura riquíssima, tanto no plano dos costumes, como em sentidos religiosos, socioeconômicos e que evoluíram no decorrer do tempo.
     Em nosso tempo se tem uma noção equivocada de qualidade de vida que deve ser repensada no plano das relações humanas, o capitalismo evoca o consumo ditando normas, pensamentos e hábitos que fazem enganar as pessoas pregando o comércio em shopping centers como sendo o arauto da modernidade impondo um conteúdo devastador de percepção simplista que não acrescenta, mas que torna escravos.
   Não que sou contra ir ao shopping não que seja bom, passear, ver pessoas, interagir com outros indivíduos e até fazer umas compras para alimentar a economia e geração de empregos é importante, mas o conceito de felicidade deve ser reformulado. Entrando no titulo acima exposto quero enfatizar que a interioridade, ser do interior é uma alegria, pois vivemos fora do eu consumistas e possibilitamos a reflexão das nossas vidas, baseado nos pequenos atos que emocionam e faz olhar o mundo com mais otimismo.  
     As cidades pequenas têm a característica e singularidade que demonstra que a cada dia se torna diferente como no cantar dos pássaros, no amanhecer e entardecer do dia percepção que não acontece na cidade grande onde não se tem essa harmonia, pois se vive na correria diária no trânsito caótico que não se tem tempo para perceber a grandeza de um Deus que muda nossos destinos a cada dia.
      O Brasil é um país do interior, do pequeno pedaço de terra, nela estão todas as nossas raízes históricas, culturais e sociais, o pequeno é importante, pois se traduz em uma língua com sotaques, costumes, tradições e espelha a grandeza da brasilidade que renegamos e devemos descobrir para sermos autênticos conosco mesmo   
      Ser do interior e quem é pode falar é uma marca diferencial que levamos pela nossa vida, pois nosso jeito de agir, falar e se expressar de forma singela revela de onde somos, a nossa cultura local que deve ser preservada, mesmo que estejamos longe em outro estado, país, pois indica a nossa maneira de ser no mundo.
      Acredita-se que a maioria da população de Goiânia é originaria do interior, pessoas que saíram de suas cidades em busca de trabalho, mas que não esquecem suas origens e lembram com saudades de sua terra natal, tanto que tendo um feriado prolongado esvaziam Goiânia e se deslocam para ter qualidade de vida juntamente com seus parentes no habitat de sua filiação mutua de princípios. A interioridade é um sinônimo de meditar sobre a vida, a sociedade, o mundo em que vivemos e realizar a plural felicidade que pode se conceber no plano das idéias e concepções tão massacradas pelo espírito dominador da individualidade, renegando a coletividade um traço importante que se nota no interior, na cidade diminuta que exalta uma profunda paz.   
        Entender a palavra ser do interior não deve ser motivo de chacota para algumas pessoas preconceituosas, mas de qualidade, pois veio do mundo onde os valores são preservados, a amizade, a irmandade e os preceitos religiosos são levados a sério. As pessoas do interior têm uma força de vontade avassaladora , pois lutam , trabalham, subjugando toda a dificuldade e conseguem realizar seus sonhos, sendo espelhos para outras pessoas, pois saíram desse microcosmo de mundo que é tão discriminado e massacrado, mas que tem a habilidade de se renovar na ciência da dedicação que é a força motriz de suas vidas, por fim a interioridade é o símbolo de mansidão que concebe nas harmoniosas simplicidades que estão em nosso dia e que superam a estreita modernidade pregada por algumas pessoas que não tem a visão do belo, na pequenez da vivência coletiva, em suma ser do interior é muito bom, pois é A Beleza de Ser do Interior, com gestos sinceros na paz, na serenidade e na percepção que se nota da natureza de verdade, a originalidade.           


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