Era o ano de 1983, Eu Fernando Sales, Paula e
Cristina aguardávamos com expectativa a viagem que faríamos de férias para a
casa de meus tios Romualdo e Carmem em Bonfinópolis estado de Goiás, tudo era
festa ansiosos de chegar o dia e ir para a rodoviária do Rio de janeiro e
seguir o itinerário para Goiânia e de Goiânia para Bonfionópolis onde meus tios
iriam nos buscar para levar para lá.
Então me lembro
como se fosse hoje era o dia 5 de julho de 1983 meu pai Diocleciano e minha mãe
Aparecida nos leva de carro para a Rodoviária estávamos sorridentes pois
iríamos passar as férias que seriam eternizadas em minha memória , ao chegar a
Rodoviária ficamos varias horas esperando o ônibus da expresso Guajara
demorou um pouco mas quando foi quatro horas da tarde saímos do Rio de janeiro
, antes de sair minha mãe uma goiana autentica sempre com suas
recomendações que era obedecer nossos
tios em tudo e não desobedecer em nada e não fazer misturada de comida um termo
muito usado em Goiás onde não se deve comer uma coisa por cima da outra
despedimos de minha mãe e meu pai e entramos no ônibus . aquilo ficaria eternizado em meu coração.
Ao sair vi minha
mãe e meu pai com olhos marejados de saudade, pois voltaríamos somente no final
do mês, andamos a noite inteira e enfim
chegamos a Goiânia ao meio dia quando descemos do ônibus reencontramos nossos
tios Romualdo e Carmen , ao nos ver eles nos abraçaram e abriram a porta do
carro que tinham , me lembro como fosse fosse hoje era um Escort Amarelo 1983 cor de gema de ovo ,
ficamos naquela alegria que não sabíamos o porque , coisa de adolescentes que
tudo está bom .
Ao chegar em Bonfinópolis
uma cidade simples porem acolhedora notamos como a vida no interior é
tão agradável sem aquela agitação , correria que a gente assiste todos os dias nos Rio de janeiro , quando chegamos
, meu tio Romualdo nos deixou em sua
casa e foi buscar meus primos Marcos e Juliana na casa de sua irmã Fátima que estava
cuidando deles até meus tios nos busca r na rodoviária de Goiânia , enfim a vida no interior é muito boa , ao
chegar da casa de sua irmã meus primos
nos cumprimentaram e fomos brincar eu Fernando e meu primo Marcos brincamos de
bolinha de gude e minhas irmãs Paula , Cristina e minha Prima Juliana foram
brincar de bonecas era muito simples a vida no interior como deveria ser a vida
de cada um de nós sendo simples pois a simplicidade vem de Deus
Nosso dia a dia era
de manha levantávamos lá pelas 10 horas, ao acordarmos a mesa já estava pronta
com bolo de fubá, pão de queijo, rosca era um café dos deuses que não esqueço nunca,
naquela época o Brasil estava no período ditatorial sem as liberdades
individuais plenas que se tem hoje, na década de 80 surgiu uma banda que fazia
sucesso que era o nenhum de nós com a musica astronauta de Mármore , o Brasil
estava em um momento de efervescência
cultural muito importante para todos nós que marco uma geração que hoje não existe mais ficou na minha memória.
Os dias eram muito
alegres íamos a missa todos os dias e após a missa havia cantores que cantavam
caipiras musicas de raízes , musica simples que falava do sofrimento do homem
do campo aquilo era novidade para mim pois vindo do Rio de Janeiro estava
acostumado as musicas de samba , carnaval , aquela era uma manifestação
cultural diferente mas para eu era muito rica mostrando como o Brasil é diverso
em sua forma de expressar a cultura nas suas infinitas formas que faz a singularidade de um povo.
Perto da casa de
meus tios havia um, campinho de futebol que todas as crianças do bairro jogavam
bola era as quatro horas da tarde me lembro como se fosse hoje , eu e meu primo
Marcos juntamente com seus colegas de escola Cláudio , Fabrício e Carlos jogávamos a tarde inteira aquelas recordações
ficariam arquivadas em minha memória mo meu coração de adulto para sempre
Aquela simplicidade, aquela maneira simples de viver eu
sentia que a felicidade estava naquele modo de ser, onde as pessoas não
precisavam ficar na correria do dia adia se alegravam com gestos humildes de vida,
a noite o jantar era muito bom com feijão tropeiro, costelinha de porco, pelota,
frango assado, após o jantar sempre havia uma sobremesa que era um pote de
sorvete que normalmente era napolitano ou doce de goiaba ou marmelada que era
muito saboroso inesquecível.
Tudo era muito alegre e com muita singeleza que aquietava os
nossos corações que faria que tivéssemos a expectativa de voltar nas férias de
julho do próximo ano e viver aqueles momentos de memórias eternas lembranças
que sempre guardarei, chega enfim o dia que voltaríamos para casa que nos
entristece, pois iríamos voltar para o nosso mundo reclusos na correria do dia a dia sem aquela simplicidade que nos
alegrava e enaltecia meu coração de alegrias e memorias
No dia 4 de agosto de 1983 fomos arrumar nossas malas com
ajuda de minha tia Carmem, meu tio Romualdo coloca as malas dentro do carro, ao
sairmos da casa dos meus tios olhei
para Bonfinópolis e naquele instante senti saudades para mim foi um choque de
realidade entre dois mundos conhecer outra realidade que não era minha e que me
alegrava muito de esperança e otimismo e que dias melhores viriam.
Neste instante
acordei e vi que tudo eram sonhos de um tempo que não volta mais hoje aos 41
anos no ano de 2012 e casado com Margareth tenho dois filhos Renata e Gustavo
exerço a profissão de engenheiro na construção de rodovias, entretanto a felicidade
está naquele tempo simples que não
esquecerei jamais tempo bom que não volta mais e que eternizarei em meu
coração.
As minhas irmãs não me procuram mais , formaram-se em
História , fizeram mestrado e hoje ministram aulas em uma universidade do Rio
de Janeiro e meus primos moram na Itália , depois que meus tios faleceram há dois anos atrás. A nossa
vida modificou por completo, meus pais também não existem mais, minhas irmãs
ficam reclusas em seu mundo, mas aquele tempo de gestos simples não esquecerei
de forma alguma da Bonfinópolis da minha infância que guardo no coração são
aventuras de Bonfinópolis que se manifestam na minha mente e trazem uma época
de saudade que guardarei constantemente.
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